O corte da taxa de juros pelo Fed
Na última quarta-feira, 17 de setembro de 2025, o Federal Reserve anunciou um corte de 0,25 ponto percentual na taxa de juros, reduzindo o intervalo do fed funds rate para 4,00%–4,25%.
A decisão, classificada pelo presidente Jerome Powell como uma medida de “risk management”, veio em resposta ao mercado de trabalho enfraquecido e às revisões negativas do último relatório de payroll.
Inflação acima da meta: problema persistente
Apesar do corte, o cenário não é simples. A inflação americana segue em torno de 3,1%, acima da meta oficial de 2%. Esse descompasso mostra que o Fed enfrenta o desafio de equilibrar dois riscos: inflação persistente e fragilidade econômica.
Estagflação: risco real ou exagero?
O termo estagflação descreve um quadro de crescimento fraco, inflação alta e desemprego em ascensão.
Nos EUA, dois desses sinais já aparecem:
- Inflação resiliente acima da meta.
- Mercado de trabalho em desaquecimento.
Mas o PIB recente mostra uma leitura menos dramática:
Trimestre | PIB (%) |
2024 T3 (preliminar) | 3,1% |
2024 T4 | 2,4% |
2025 T1 | 0,5% |
2025 T2 | 3,3% |
O tombo do primeiro trimestre de 2025 gerou alerta, mas a retomada no segundo trimestre (3,3%) afastou a ideia de uma recessão imediata. Ainda assim, a volatilidade do crescimento indica que o caminho não está livre de riscos.
O impacto das novas tarifas de Donald Trump
Outro fator que adiciona incerteza ao cenário é a política comercial da atual gestão americana. As novas tarifas impostas por Donald Trump contra grandes potências — em especial a China — podem gerar pressão inflacionária e ao mesmo tempo frear o comércio internacional. Isso cria um dilema ainda maior para a economia global: controlar preços ou sustentar crescimento?
Conclusão: estamos diante de um ponto de inflexão?
A leitura dos últimos dados sugere que os EUA não estão em estagflação neste momento, mas os sinais de alerta são claros.
Com inflação persistente, mercado de trabalho mais fraco e riscos geopolíticos no horizonte, o desafio para o Fed será conduzir uma política monetária que evite o pior dos cenários: uma combinação tóxica de estagnação e inflação alta.
👉 A grande questão para investidores e analistas agora é: o corte de juros será suficiente para manter a economia americana em crescimento sem reacender a inflação?
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